(sindicato dos inspetores do SEF)

Sindicato dos Inspetores do SEF rejeita “deriva militarista” do serviço

2020-12-18 14:00:09

A nomeação de um general como diretor Nacional do SEF é um “péssimo sinal político” para o sindicato. “O SEF precisa de ser restruturado e tratado como o serviço civilista e humanista que é”, afirma Acácio Pereira. “Nas fugas para frente, em que o objetivo é desviar o foco político, tudo se destrói e pouco se aproveita”.


O Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras – SCIF/SEF considera a nomeação de um militar, o general Luís Botelho Miguel , para diretor Nacional do serviço “um péssimo sinal político” e uma “fuga para a frente” do Governo. Acácio Pereira, presidente do sindicato, apela à Assembleia da República, “aos deputados  e aos partidos”, para que defendam o SEF enquanto serviço de segurança e polícia integral de imigração “civilista” e “humanista”.  

“Uma deriva militarista não é solução para o SEF: nem serve a segurança de Portugal e do espaço europeu, nem combate a criminalidade transnacional, nem protege as vítimas do tráfico de seres humanos”, afirma Acácio Pereira, presidente do SCIF-SEF. “Colocar um militar à frente do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras é um péssimo sinal político. É estragar e negar mais de 30 anos do mais civilista serviço de segurança e polícia de imigração de Portugal”.

O Sindicato dos Inspetores do SEF apela aos deputados e aos partidos políticos da Assembleia da República para que defendam o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras do que considera ser “uma fuga para a frente” do Governo depois de nove meses passados sobre a morte do cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa.  “O SEF precisa de ser reestruturado e de ser tratado como o serviço civilista e humanista que é. Nas fugas para frente, em que o objetivo é meramente desviar o foco político, quase tudo se destrói e pouco se aproveita”, afirma Acácio Pereira.

“Não é com militares que se vai salvar o que há de bom no SEF, que é quase tudo, menos as exceções conhecidas”, afirma o presidente do sindicato. “A tutela militar da democracia portuguesa acabou com a Revisão Constitucional de 1982: já não estamos no PREC! A República Portuguesa é civil e civilista e assim deve continuar”, conclui.